sexta-feira, 8 de julho de 2011

Produção e consumo de cerveja aumentam no Brasil






O bom momento da economia estimula o consumo de cerveja no país. É o que afirmam especialistas no setor. E, segundo eles, isso tem favorecido toda a cadeia produtiva. O cultivo de cevada tem aumentado e até o lúpulo começa a ser produzido no país. Em São Paulo, uma feira reforça esse otimismo e mostra as novidades da indústria da cerveja.

Quem prova, garante que não tem comparação. "Comparando com a culinária, é como comer um macarrão em casa ou sair para comer uma bela macarronada em um excelente restaurante italiano", disse Fabiana Sardinha, gerente de vendas.

A degustação da bebida está se transformando em um prazer, o que faz aumentar a participação de cervejas especiais no mercado brasileiro. O segmento cresce em torno de 15% ao ano. Até o lúpulo, quase 100% importado, aos poucos, começa a ser produzido no Brasil.

"Uma flor extremamente delicada que precisa de baixas temperaturas e uma luminosidade que o nosso inverno não favorece, mas no sul, parece que estão colocando luz artificial, e começando a produzir pequenas varietás de lúpulo", falou Silene Saorin, mestre cervejeira e presidente da Associação Brasileira dos Profissionais em Cerveja e Malte (Cobracem).

Estima-se que hoje existam no país 175 microcervejarias concentradas nas regiões Sul e Sudeste. Empresas que aproveitam feiras como a de São Paulo para lançar novidades, como as cervejas feitas de bacuri, as defumadas e até as de castanha-do-pará.

"A gente faz cerveja com café, rapadura, mandioca, mel de laranjeira. Usamos também a castanha-do-pará. Fermentamos a castanha e a cerveja ficou com um sabor forte, encorpado", declarou Marcelo Carneiro, dono de cervejaria.

Especialistas dizem que o bom momento da economia está estimulando o brasileiro a beber mais cerveja. Segundo a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), o Brasil é o terceiro maior produtor do mundo.

"A tendência é de crescimento, principalmente porque nós temos uma política econômica que está fazendo a população ter mais disponibilidade de renda e, assim, aumentar a capacidade sensorial e conhecer novos rótulos", frisou Alexsandra Machado, diretora do Núcleo de Empresas Cervejeiras da Abrabe.

A empresa onde trabalha o diretor de maltaria, Jeferson Caus, fornece 23% do malte usado pelas cervejarias brasileiras. Segundo ele, o crescimento do mercado favorece toda a cadeia produtiva.

"O mercado de cerveja cresce, a produção de cevada cresce e nós precisamos produzir malte para o mercado crescer ainda mais", disse Jeferson Caus.

A participação das microcervejarias, hoje, no mercado nacional é de 0,15%. A expectativa para os próximos 10 anos é alcançar 2%. O que tem estimulado também o cultivo de cevada. Segundo a Conab, a produção na safra 2010/2011 deve aumentar 41%. Apesar disso, nem todo mundo está satisfeito. O produtor Altemir Ceolin afirma que, há pelo menos cinco anos, cultivar a cevada não tem sido rentável.

"Estamos plantando cevada de teimosos. Nós temos buscado aumentar a produtividade para tentar compensar a difícil comercialização e os preços. Se hoje não colhermos acima de 60 sacas por hectare, a produção não paga o custo", lamentou Altemir Ceolin.

Fonte: Portal do Agronegócio

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